LE TEMPS
Um lugar perdido no tempo. Úmido. Frio. Carregado de decadência e desesperança. Um velho reflete seus excessos de hesitação e procura entender por que não conseguiu caminhar, progredir. Próximo ao fim da vida, momento antes do último instante, imagens começam a emergir do seu íntimo. Imagens que são ele mesmo, que participam do seu transtorno íntimo.
Um homem jovem, com mania de perseguição, vive dando voltas e sempre retorna ao mesmo ponto. Está preso na fuga de si. Um louco, mendigo com mania de profeta aprofunda ainda mais a perturbação do velho. A carência de fé levou a que se agarrasse a qualquer coisa no desespero que tinha de caminhar. Três personagens que são um só: o velho, um perdido no tempo que nunca soube caminhar com as próprias ideias. Sobre essa imagem de angústia permanente, são traçadas caricaturas desses três seres. Um deboche mesmo. A intenção de um riso satírico contra quem sempre pôs nas mãos dos outros aquilo que ele mesmo deveria procurar: a direção do próprio destino.
